O Tocantins registrou 741 novos casos de hanseníase no ano passado. Desse total, 43 foram contabilizados na população menor de 15 anos. O tema é ainda mais debatido no ‘Janeiro Roxo’, com o objetivo de alertar sobre sintomas, combate e tratamento precoce da doença.
Em Palmas, um dos focos neste ano é buscar os pacientes que começaram o tratamento e abandonaram ou aqueles que apresentaram sintomas e não voltaram para o acompanhamento, segundo o coordenador técnico da hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde, Pedro Paulo dos Santos.
“Além de intensificar a nossa educação em saúde, além de fazer busca ativa de casos que, porventura, abandonaram ou estão faltosos no serviço de saúde, a gente também pega o Janeiro Roxo como o mês de falar mais sobre hanseníase, preconceito, estigma, tudo o que ela traz. Quando a gente trata pessoa com hanseníase, a gente trata a família também, efeitos psicológicos, sociais, culturais”, explicou o coordenador.
A orientação é que as pessoas que apresentarem sintomas procurem uma das 34 unidades de saúde. Não há necessidade de encaminhamento.
“Em relação aos sintomas, nós temos dois tipos, tanto os dermatológicos, como os neurológicos. Os dermatológicos são as famosas manchas na pele, são lesões que podem ser avermelhas, amarronzadas ou esbranquiçadas. Os neurológicos são choques, formigamentos, dores em trajetos nervosos de pernas e de braços. O espeçamento do nervo, quando ele aumenta de tamanho, nas regiões de braços e pernas, também são sintomas da hanseníase”, alertou Pedro.
Durante a semana, a Secretaria Estadual da Saúde apresentou, na reunião do Conselho Estadual de Saúde, a linha de cuidados da pessoas com hanseníase no Tocantins.
A intenção da linha de cuidados é munir ainda mais a equipe de saúde com informações relativas às ações e atividades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, a serem desenvolvidas pela equipe multidisciplinar nos vários níveis de atenção à saúde.
A linha de cuidados compreende a implantação dos fluxos assistenciais, organização das Redes de Assistência em Saúde (RAS), a divulgação dos fluxos e os pontos de atendimentos na RAS e a orientação e monitoramento das ações de combate, cura e reabilitação dos pacientes.
“É importante que cada município tenha o comprometimento na assistência e combate à hanseníase, para que haja o tratamento precoce ou pelo menos em tempo oportuno, de forma que sejam evitadas as sequelas que a doença pode causar”, explicou a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis, Gisele Luz.