Com o favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a corrida por fora de Jair Bolsonaro (PL), o mercado trabalha com as possibilidades do que pode surgir do embate entre os dois, considerando as diferenças significativas na maneira como cada um pretende conduzir a economia. Felipe Miranda, CEO da Empiricus, afirma que, em caso de vitória de Lula, ações ligadas ao consumo de baixa renda, como algumas varejistas, devem ficar mais atrativas, por conta da preocupação do petista com o salário mínimo e a transferência de renda. O mesmo valeria para o setor de educação, com a possibilidade de retomada do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), herança do PT. Já uma melhora na relação com a China ocasionada pela eleição de Lula poderia valorizar o mercado de minérios, também segundo o chefe da Empiricus.
Em relação ao cenário em que Jair Bolsonaro sairia vitorioso da disputa, Miranda prevê outra realidade para as carteiras. “Os papéis das estatais devem ir bem, junto dos ativos de maior risco, dada a simpatia ainda predominante do mercado pelo presidente Bolsonaro e Paulo Guedes, que é ovacionado em eventos do setor financeiro”, diz.
Apesar dos diferentes movimentos possíveis, o CEO considera que, a despeito de quem se eleger, a eleição deve ser positiva para os ativos de risco. “Aos trancos e barrancos, mesmo com a possibilidade de algum ruído, como questionamento das urnas e das instituições, o Brasil vai conseguir superar isso. Vamos mostrar ao mundo que somos uma democracia. À medida que o risco do país se tornar mais autoritário é eliminado, o mercado de capitais tende a subir”, diz.
Fonte: VEJA